Sensação de finais de ano

Estou com a sensação de fim de ano. A minha quase inexpressão causou na sala de trabalho. O primeiro comentário lembrava-me que sim, estamos no final do ano. Outro, entre risos, concordou. 

Depois do momento hilário, retruquei


(mas para mim do que para a pequena plateia): eu poderia não estar tendo essa sensação.

Foram vários finais de ano que atravessei. Lembro da euforia que senti na maioria deles. Cheguei a escrever sobre isso, neste mesmo espaço.

Mas, agora, neste exato momento, a sensação de final de ano, não lembra nem um pouco de mais 365 dias que se completam.

O pensar nem sempre deve ser dito? Acredito que sim, deve ser exposto, deve ser alardeado.

Afinal, quando falo estou não só me expondo, estou mais elevando a voz do meu pensar. 

Solar

Sabe aqueles dias em que você se subestima? 

Carrega pensamentos sombrios, que só fortalecem o pessimismo?

Pois é, de vez em quando eu me assombro com essa "maleta".

A destarte, o otimismo, que não desiste de mim, sopra ventos, afastando a tempestade do pensar cinza.

Hoje, a alegria que me preenche tem nome: Márcio Holanda Martins. 

Sabe, aquele menino por fora e enorme por dentro?

Ele é o agente, é o sopro do ânimo meu.

Numa conversa sem muitas pretensões - da minha parte - ele joga sem aviso prévio: "Você é solar"!

Você que me lê já recebeu uma definição assim?

A partir de então, todas as minhas luzes estão acesas.

O "interruptor" afastando sombras tem um sorriso calmo, assim como o seu caminhar, e o seu abraçar.

Gratidão, querido!

Fotos de Bia Medeiros, também amiga e colega de trabalho.





(In)tolerância


 A respeito da violência a que somos constrangidos a conviver, vou tecer um leve comentário - se é que é possível leveza nesse quesito. Vi e revi imagens de dois veículos conduzidos por duas mulheres numa disputa por espaço.

Uma atravessou, ou melhor, ultrapassou com o veículo, na frente de um carro. Não estou aqui apontando dedos e, muito menos, pendendo por lados de quem estaria com a razão. Na investida considerada insultosa, a condutora do veículo ultrapassado passou a agredir o automóvel que estava à sua frente. 

Parecia que nada conteria aquele ataque de fúria. E não conteve, mesmo! Isso porque chegou a ferir, nas suas investidas, a perna da motorista "infatora". 

Não sei como resolveram a situação com relação aos gastos financeiros e danos morais. Mas aqui fico cismando o pensar, o que ganhamos com  intolerância? 

Olhando para as inúmeras vezes que deixei falar mais alto, o meu EU, percebo o quanto de tempo perdi.

Tempo passado é sempre presente

Saber como me sinto a respeito dos 70 anos? Nem sei ainda. 

Estou começando agora. 

Não se faz anos. 

Vivenciei sete décadas? Acho que não. Como já disse, estou começando agora.

A princípio, vem o susto, como tudo que é novo na vida. 

Setenta anos? Não parece. É o que mais escuto vindo de fora. E o que faço com essa observação? Fico mais jovem, mais aliviada?

Eu nem sei se ficarei mais pesada... 

O peso do tempo? Acho que é bem leve o tempo que passa tão fortuito. 

O passar é sempre um passar. E o que fica é o que se retém, seja na memória- templo do passado-, seja nas conversas... 

Ah, no meu tempo? 

Eu não sou passado. Eu estou presente, iniciando uma nova temporada com um novo dígito. E com inúmeras mudanças.... como são boas as transformações, que não se moldam... 

Vamos pensar que o mundo íntimo se divide em dezenas, sendo assim, só me pergunte  como me sinto aos 70, quando na virada para os 80. Aí, sim, terei vivido essa nova fase da vida.

Pensando sobre minha forma de ser

 Ela não faz chover, mas prepara o tempo. A frase foi ouvida com riso.

De início, não entendi bem o porquê. A pessoa que soou o alerta

falava sobre a forma como caminho: "Ela não anda. Desfila."

E aí vem outra expressão: só quer ser as pregas(rs) devido ao olhar empinado. Isso mesmo, o meu olhar, a forma como levanto a cabeça (formas que não vejo, mas que são notadas, percebidas e, por assim, cobrada.

Tem razão. 

Mas esse molejo nasceu comigo. Sempre fui faceira, como reclamava minha mãe

Ficava incomodada com a observação porque mãe sempre tem razão.




Uma inspiração

O bem estar é uma conquista contínua


 é como respirar

mesmo que sofra interrupção

para continuar 

Respirar é preciso

Está por aqui, ainda!

 Vi por aí

a poesia se debatendo,

contra um muro.

Foram tantas investidas

que conseguiu ser notada.

Reanimada, 

mais uma vez,

contesta o esquecimento

do romantismo

da mesmice...

Pasmada ainda

pela vida

que reacende,

sem muros

sem limites



Sensação de finais de ano

Estou com a sensação de fim de ano. A minha quase inexpressão causou na sala de trabalho. O primeiro comentário lembrava-me que sim, estamos...